Um dos versículos mais famosos dentre os sermões que Jesus pregou talvez seja “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mt 7.1). E a aplicação mais usada no meio evangélico para esse versículo é uma certa imunidade em relação às atitudes. Por exemplo, há anos o meio evangélico brasileiro tem usado óleos “ungidos”, rosas, lenços, punhados de sal, sabonetes e toda espécie de bugiganga “espiritual” para atrair as bênçãos de Deus.
Só para vermos a bobagem que é isso, a palavra rosa aparece apenas duas vezes em toda a Bíblia. A primeira citação é em Cantares 2.1, onde a esposa diz ser a rosa de Sarom para seu esposo. Essa é uma clara comparação da igreja, que deve ser linda e perfumada para Jesus, seu noivo. A segunda citação é em Is 35.1 e mostra que a ação do Espírito de Deus vai restaurar as forças dos que confiam em Deus. Ora, nesse sentido a boa interpretação dos textos mostra que a ação de Deus é para preparar a Sua noiva para o grande encontro das bodas do Cordeiro. Nada a ver com mandingas para atrair bênçãos temporais de Deus de cura, de libertação e de prosperidade.
Quando os praticantes dessas atitudes são confrontados, utilizam o texto de Mateus contra o julgamento entre as pessoas e associam, a este versículo, outro ainda mais enfático: “Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas” (Sl 105.15). Diante dessa afirmação (e fora de contexto), quando o pastor fala em voz mais alta, com a testa franzida, gesticulando com os braços e gritando glória a Deus, é natural que as pessoas tenham medo do dito cujo, ou o receio de questionar se o tal pastor está realmente certo. Ainda mais se esse pregador tiver um canal de televisão, ou vários programas televisivos, escreve livros, grava CDs, participa de inúmeros congressos e tem milhares de seguidores, ele só pode estar certo!
Hoje enfrentamos uma deificação dos líderes evangélicos no Brasil. Os pastores e os ministros de louvor são entronizados cegamente pelas pessoas sem que haja nenhum tipo de avaliação do que é pregado e do que é feito. A prática, diga-se, salutar e bíblica, de avaliar o conteúdo não é mais ensinada nas igrejas e, pelo que percebo, tem sido negada. Pastores internacionais (e os tupiniquins também!) quando profetizam suas curas e milagres jamais podem ser questionados em suas atitudes. Quando os milagres por eles reivindicados não acontecem, refletem a falta de fé da pessoa. Como um homem desses vai se explicar para uma mãe que não teve o milagre da cura de seu filho e ele acabou morrendo? Como um homem desses, que mandou essa mãe parar de dar os remédios, vai se explicar diante das autoridades?
Infelizmente os grandes líderes evangélicos brasileiros estão envoltos por uma aura de santidade e de correção que, se alguém ousa questioná-los, logo vai ser acusado de rebelde, de atacar um ungido de Deus e de estar fazendo um julgamento. Tente pedir uma explicação para uma pessoa que segue esses líderes da razão de se usar uma “rosa consagrada” para alcançar a bênção de Deus. Eu já fiz. E a resposta que eu recebi foi “mas foi o fulano de tal que mandou e ele é de Deus”. Ouse questionar os reais motivos de um líder evangélico estar preso e até sua conversão vai ser posta em xeque. Ouse questionar por que uma pessoa engatinha diante de Deus numa apresentação e você terá questionado os seus sentimentos em louvar a Deus. Ouse questionar se algum ensinamento é realmente bíblico. Verifique se a doutrina ensinada nos diversos programas de televisão é realmente bíblica. No primeiro versículo de Mateus 7, Jesus nos proíbe de fazermos julgamentos e sentenciarmos as pessoas. Mas no final desse capítulo Ele nos adverte para avaliarmos onde estamos construindo nossa casa, se na rocha ou na areia. Em 1 João 4.1 somos advertidos que nem todos os espíritos procedem de Deus. Em 1 Tessalonicenses 5.21 somos instados a verificar tudo e reter apenas o que é bom. Em Efésios 4.14 somos advertidos a não sermos conduzidos pelas astúcias dos homens.
Quem foi que disse que os pastores não erram?
Quem foi que disse que tudo que o líder de louvor faz é correto?
Quem foi que disse que toda revelação vem da parte de Deus?
Quem foi que disse que a esposa do pastor deve ser a pastora da igreja local? Quem foi que disse que as músicas que louvam a Deus são todas parecidas, na métrica e nas letras?
Quem foi que disse que estamos em avivamento no Brasil?
Quem foi que disse que o louvor das igrejas deve ser igual aos grupos que mais vendem no Brasil? Ou na Austrália?
Quem foi que disse que as pregações devem ser parecidas com a dos pastores da televisão?
Quem foi que disse que eu devo contribuir para os programas de rádio e de televisão não acabarem?
Quem foi que disse que Deus está interessado na minha prosperidade financeira?
Quem foi que disse que o Brasil é do Senhor Jesus?
Quem foi que disse que o Paquistão não é do Senhor Jesus?
Será mesmo que foi Deus quem revelou tudo isso?
sábado, 17 de outubro de 2009
domingo, 11 de outubro de 2009
A velha cruz
Ah! A cruz de Cristo!
Esta sim, tornou-se a propiciação dos desejos desenfreados dos homens. A luz para os que buscam a felicidade material. A resenha dos sonhos ufanistas dos corações amargurados deste mundo. O emblema da felicidade autêntica, da felicidade instantânea. O escudo que dilacera os inimigos. O amuleto das finanças inseguras. A proteção dos pescoços desavisados. O esconderijo dos pecados dos pecadores não arrependidos.
Das várias formas que se deu a ela, a sua essência quase se perdeu. A cruz está alegórica e já não possui literalidade. Para onde foi o seu escândalo? O que houve com seu peso? Onde estão seus pregos? Onde estão as manchas do imaculado sangue do filho de Deus aspergido sobre seus discípulos? O cálice tão pesado a Jesus, tornou-se símbolo benévolo de uma sociedade triunfalista que determina sobre as chagas do Cristo crucificado as suas bênçãos.
Esta cruz antes tão odiada e rejeitada, agora, tão desejada e idolatrada. Constantinos ainda emergem da imortal religiosidade bradando: “Por este sinal venceremos! A tudo e a todos”. Não há mais quem se envergonhe, não há quem seja perseguido. A mensagem do calvário fora dilacerada pelo pragmatismo gospel, e pela contingência da sociedade “cristã” ante ao Evangelho. Recebe-se o Cristo crucificado, porém, ignora-se a cruz da ignomínia própria.
Ouvem-se gritos: “Queremos Cristo!”. Ouvem-se sussurros: “Mas, não a Sua cruz!”. Logo, ouve-se uma solução funesta: “Receba a Cristo, e simplesmente finja carregar a Sua cruz”. Em meio ao desprezo do discipulado da cruz de Cristo, em meio à tentação de abandoná-la, surge um grito da reforma, um eco de suas teses, sobre uma geração que desconhece o valor da cruz.
"Portanto, fora com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo "Paz, paz!" sem que haja paz!"; "Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo "Cruz! Cruz!" sem que haja cruz!"
Esta sim, tornou-se a propiciação dos desejos desenfreados dos homens. A luz para os que buscam a felicidade material. A resenha dos sonhos ufanistas dos corações amargurados deste mundo. O emblema da felicidade autêntica, da felicidade instantânea. O escudo que dilacera os inimigos. O amuleto das finanças inseguras. A proteção dos pescoços desavisados. O esconderijo dos pecados dos pecadores não arrependidos.
Das várias formas que se deu a ela, a sua essência quase se perdeu. A cruz está alegórica e já não possui literalidade. Para onde foi o seu escândalo? O que houve com seu peso? Onde estão seus pregos? Onde estão as manchas do imaculado sangue do filho de Deus aspergido sobre seus discípulos? O cálice tão pesado a Jesus, tornou-se símbolo benévolo de uma sociedade triunfalista que determina sobre as chagas do Cristo crucificado as suas bênçãos.
Esta cruz antes tão odiada e rejeitada, agora, tão desejada e idolatrada. Constantinos ainda emergem da imortal religiosidade bradando: “Por este sinal venceremos! A tudo e a todos”. Não há mais quem se envergonhe, não há quem seja perseguido. A mensagem do calvário fora dilacerada pelo pragmatismo gospel, e pela contingência da sociedade “cristã” ante ao Evangelho. Recebe-se o Cristo crucificado, porém, ignora-se a cruz da ignomínia própria.
Ouvem-se gritos: “Queremos Cristo!”. Ouvem-se sussurros: “Mas, não a Sua cruz!”. Logo, ouve-se uma solução funesta: “Receba a Cristo, e simplesmente finja carregar a Sua cruz”. Em meio ao desprezo do discipulado da cruz de Cristo, em meio à tentação de abandoná-la, surge um grito da reforma, um eco de suas teses, sobre uma geração que desconhece o valor da cruz.
"Portanto, fora com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo "Paz, paz!" sem que haja paz!"; "Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo "Cruz! Cruz!" sem que haja cruz!"
A Importância da Doutrina Certa
Seria impossível exagerar na ênfase à importância da doutrina certa na vida do cristão. Pensar corretamente acerca de todas as questões espirituais é imperativo, se pretendemos viver corretamente. Como os homens não colhem uvas dos espinheiros, nem figos dos abrolhos, assim o bom caráter não se desenvolve do ensino errôneo. A palavra doutrina significa simplesmente crenças sustentadas e ensinadas. A sacra tarefa de todos os cristãos, primeiramente como crentes e secundariamente como mestres de crenças religiosas, consiste em assegurar-se de que estas crenças correspondem exatamente à verdade.
Uma precisa harmonia entre as crenças e os fatos constitui a legitimidade da doutrina. Não podemos permitir-nos menos que isso. Os apóstolos não somente ensinavam a verdade, mas também pelejavam por sua pureza contra toda e qualquer pessoa que a corrompesse. As epístolas paulinas resistem a todos os esforços dos falsos mestres para introduzirem excentricidades doutrinárias. As epístolas de João apresentam contundente condenação dos mestres que importunavam a novel igreja negando a encarnação e lançando dúvidas sobre a doutrina da Trindade; e Judas, em sua breve mas poderosa epístola, sobe às culminâncias de mais ardente eloqüência quando despeja desprezo sobre os maus mestres que querem desviar os santos.
Cada geração de cristãos deve examinar as suas crenças. Se bem que a verdade mesma é imutável, as mentes dos homens são vasos porosos dos quais a verdade pode escoar-se e nas quais o erro pode infiltrar-se, diluindo a verdade que contêm. O coração humano é herético por natureza, e corre para o erro com a mesma naturalidade com que um jardim vira mato. Tudo que um homem, uma igreja ou uma denominação precisa, para garantir a deterioração da doutrina, é tomar tudo como líquido e certo, e não fazer nada. O jardim negligenciado logo será dominado pelas ervas daninhas; o coração que deixa de cultivar a verdade e de arrancar o erro, em pouco tempo será um deserto teológico; a igreja ou denominação que cresce descuidada no caminho da verdade, não demorará a ver-se perdida e atolada em alguma baixada lodosa da qual não há como fugir.
Em todos os campos do pensamento e das atividades dos homens a precisão é considerada virtude. Enganar-se, ainda que ligeiramente, é atrair grave prejuízo, senão a própria morte. Só no pensamento religioso a fidelidade à verdade é vista como um defeito. Quando os homens lidam com coisas terrenas e temporais, exigem a verdade; quando passam a considerar as coisas celestiais e eternas, eles se fecham e hesitam, como se a verdade não pudesse ser descoberta ou não tivesse a mínima importância. Montaigne dizia que o mentiroso é valente para com Deus e covarde para com os homens; pois o mentiroso enfrenta a Deus e cede aos homens. Não é isso uma simples prova de incredulidade? Não equivale a dizer que o mentiroso crê nos homens mas não está convencido da existência de Deus, e está disposto a arriscar-se ao desagrado de um Deus que talvez não exista, e não ao desagrado do homem, que obviamente existe?
Penso também que, por trás do descuido humano em religião, está essa incredulidade básica e profunda. O cientista, o médico, o navegador tratam de matérias que sabem que são reais; e por serem reais, o mundo exige que, tanto o mestre como o que faz o trabalho prático sejam peritos no conhecimento delas. Somente do mestre de coisas espirituais se requer que seja inseguro em suas crenças, ambíguo em seus comentários e tolerante para com quaisquer opiniões religiosas expressas por quem quer que seja, até mesmo pelo menos qualificado para ter alguma opinião.
A nebulosidade sempre foi a marca do liberal
Quando as Sagradas Escrituras são rejeitadas como a autoridade final quanto à crença religiosa, alguma coisa terá de ser encontrada para tomar-lhe o lugar. Historicamente esse “alguma coisa” foi a razão ou o sentimento; se foi o sentimento, o humanismo prevaleceu. Às vezes houve uma mistura dos dois, como se pode ver atualmente nas igrejas liberais, algumas conhecidas por emergentes. Estas não renunciam inteiramente à Bíblia, e tampouco crêem nela completamente; o resultado é um obscuro corpo de crenças que lembra mais um nevoeiro que uma montanha, corpo nebuloso em que qualquer coisa pode ser verdadeira, mas não se deve confiar em coisa alguma como certamente verdadeira.
Já nos acostumamos às sombrias lufadas de plúmbea névoa que passam por doutrina nas igrejas modernistas, e delas nada de melhor esperamos, mas é causa de real alarme que ultimamente a névoa começou a dar os seus primeiros passos em muitas igrejas evangélicas. De algumas fontes anteriormente inatacáveis estão vindo agora vagos pronunciamentos que consistem numa tímida mescla de Escritura, ciência e sentimento humano que não faz jus a nenhum dos seus ingredientes, porque cada qual se presta para anular os outros. Alguns dos nossos irmãos conservadores parecem estar trabalhando sob a impressão de que são pensadores avançados porque estão reconsiderando o evolucionismo e reavaliando várias doutrinas bíblicas, ou até mesmo a inspiração divina; mas tão longe estão de serem pensadores avançados que não passam de tímidos seguidores do modernismo – cinqüenta anos atrás do desfile.
Pouco a pouco os cristãos conservadores destes dias estão sofrendo lavagem cerebral. Uma prova disso é que grupos cada vez maiores deles vão ficando com vergonha de serem achados inequivocamente ao lado da verdade. Eles dizem que crêem, mas as suas crenças foram diluídas a tal ponto que é impossível defini-las claramente.
“As crenças bem definidas sempre foram acompanhadas de energia moral”
Os grandes santos sempre foram dogmáticos. Precisamos voltar agora mesmo a um pacífico dogmatismo, capaz de sorrir ao mesmo tempo que se mantém inflexível e firme na Palavra de Deus que vive e permanece para sempre.
A.W.Tozer
Extraído do livro “Homem: Habitação de Deus”, págs. 133-135.
Uma precisa harmonia entre as crenças e os fatos constitui a legitimidade da doutrina. Não podemos permitir-nos menos que isso. Os apóstolos não somente ensinavam a verdade, mas também pelejavam por sua pureza contra toda e qualquer pessoa que a corrompesse. As epístolas paulinas resistem a todos os esforços dos falsos mestres para introduzirem excentricidades doutrinárias. As epístolas de João apresentam contundente condenação dos mestres que importunavam a novel igreja negando a encarnação e lançando dúvidas sobre a doutrina da Trindade; e Judas, em sua breve mas poderosa epístola, sobe às culminâncias de mais ardente eloqüência quando despeja desprezo sobre os maus mestres que querem desviar os santos.
Cada geração de cristãos deve examinar as suas crenças. Se bem que a verdade mesma é imutável, as mentes dos homens são vasos porosos dos quais a verdade pode escoar-se e nas quais o erro pode infiltrar-se, diluindo a verdade que contêm. O coração humano é herético por natureza, e corre para o erro com a mesma naturalidade com que um jardim vira mato. Tudo que um homem, uma igreja ou uma denominação precisa, para garantir a deterioração da doutrina, é tomar tudo como líquido e certo, e não fazer nada. O jardim negligenciado logo será dominado pelas ervas daninhas; o coração que deixa de cultivar a verdade e de arrancar o erro, em pouco tempo será um deserto teológico; a igreja ou denominação que cresce descuidada no caminho da verdade, não demorará a ver-se perdida e atolada em alguma baixada lodosa da qual não há como fugir.
Em todos os campos do pensamento e das atividades dos homens a precisão é considerada virtude. Enganar-se, ainda que ligeiramente, é atrair grave prejuízo, senão a própria morte. Só no pensamento religioso a fidelidade à verdade é vista como um defeito. Quando os homens lidam com coisas terrenas e temporais, exigem a verdade; quando passam a considerar as coisas celestiais e eternas, eles se fecham e hesitam, como se a verdade não pudesse ser descoberta ou não tivesse a mínima importância. Montaigne dizia que o mentiroso é valente para com Deus e covarde para com os homens; pois o mentiroso enfrenta a Deus e cede aos homens. Não é isso uma simples prova de incredulidade? Não equivale a dizer que o mentiroso crê nos homens mas não está convencido da existência de Deus, e está disposto a arriscar-se ao desagrado de um Deus que talvez não exista, e não ao desagrado do homem, que obviamente existe?
Penso também que, por trás do descuido humano em religião, está essa incredulidade básica e profunda. O cientista, o médico, o navegador tratam de matérias que sabem que são reais; e por serem reais, o mundo exige que, tanto o mestre como o que faz o trabalho prático sejam peritos no conhecimento delas. Somente do mestre de coisas espirituais se requer que seja inseguro em suas crenças, ambíguo em seus comentários e tolerante para com quaisquer opiniões religiosas expressas por quem quer que seja, até mesmo pelo menos qualificado para ter alguma opinião.
A nebulosidade sempre foi a marca do liberal
Quando as Sagradas Escrituras são rejeitadas como a autoridade final quanto à crença religiosa, alguma coisa terá de ser encontrada para tomar-lhe o lugar. Historicamente esse “alguma coisa” foi a razão ou o sentimento; se foi o sentimento, o humanismo prevaleceu. Às vezes houve uma mistura dos dois, como se pode ver atualmente nas igrejas liberais, algumas conhecidas por emergentes. Estas não renunciam inteiramente à Bíblia, e tampouco crêem nela completamente; o resultado é um obscuro corpo de crenças que lembra mais um nevoeiro que uma montanha, corpo nebuloso em que qualquer coisa pode ser verdadeira, mas não se deve confiar em coisa alguma como certamente verdadeira.
Já nos acostumamos às sombrias lufadas de plúmbea névoa que passam por doutrina nas igrejas modernistas, e delas nada de melhor esperamos, mas é causa de real alarme que ultimamente a névoa começou a dar os seus primeiros passos em muitas igrejas evangélicas. De algumas fontes anteriormente inatacáveis estão vindo agora vagos pronunciamentos que consistem numa tímida mescla de Escritura, ciência e sentimento humano que não faz jus a nenhum dos seus ingredientes, porque cada qual se presta para anular os outros. Alguns dos nossos irmãos conservadores parecem estar trabalhando sob a impressão de que são pensadores avançados porque estão reconsiderando o evolucionismo e reavaliando várias doutrinas bíblicas, ou até mesmo a inspiração divina; mas tão longe estão de serem pensadores avançados que não passam de tímidos seguidores do modernismo – cinqüenta anos atrás do desfile.
Pouco a pouco os cristãos conservadores destes dias estão sofrendo lavagem cerebral. Uma prova disso é que grupos cada vez maiores deles vão ficando com vergonha de serem achados inequivocamente ao lado da verdade. Eles dizem que crêem, mas as suas crenças foram diluídas a tal ponto que é impossível defini-las claramente.
“As crenças bem definidas sempre foram acompanhadas de energia moral”
Os grandes santos sempre foram dogmáticos. Precisamos voltar agora mesmo a um pacífico dogmatismo, capaz de sorrir ao mesmo tempo que se mantém inflexível e firme na Palavra de Deus que vive e permanece para sempre.
A.W.Tozer
Extraído do livro “Homem: Habitação de Deus”, págs. 133-135.
Cansei da malfadada Teologia da Prosperidade
• Cansei de ouvir pregadores da prosperidade dizerem que precisamos decretar a nossa vitória e visualizar a nossa bênção material;
• Cansei de ouvir pregadores da prosperidade gritarem para Deus reivindicando suas petições;
• Cansei de ouvir pregadores da prosperidade dizendo que salário mínimo não é coisa de crente;
• Cansei dessa teologia que defende que o crente deve morar em mansão, ter carrões, muito dinheiro e nunca ficar doente;
• Cansei dessa teologia que valoriza mais as coisas terrenas do que aquelas que são do céu;
• Cansei dessa teologia da barganha com Deus, onde você contribui e Ele devolve com juros, correção monetária e muito lucro;
• Cansei dessa teologia de fé na fé;
• Cansei dessa teologia que ama mais o dinheiro que o próximo;
• Cansei dessa teologia consumista, utilitarista e que trata Deus como o Papai Noel;
• Cansei dessa teologia da ganância, cujo principal objetivo é fazer com que as pessoas atinjam a independência financeira;
• Cansei dessa teologia da auto-ajuda, auto-estima e auto-aceitação;
• Cansei dessa teologia que argumenta que Jesus nunca foi pobre;
• Cansei dessa teologia que tem criado uma geração de decepcionados nas igrejas;
• Cansei dessa teologia pregada e defendida por Edir Macedo, R.R. Soares, Robson Rodovalho, Oral Roberts, T.L. Osborn, Kenneth Hagin, Kenneth Copeland, Benny Hinn e muitos outros.
• Cansei da teologia da prosperidade, pois a Bíblia diz: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam“. (Mat.6.19,20);
• Cansei, não da prosperidade – que é dádiva de Deus, mas da teologia que faz dela o principal foco da vida cristã, em detrimento da salvação e das bênçãos espirituais.
Por que não voltar ao evangelho genuíno que aponta para a cruz e faz-nos descobrir beleza no Salvador? nEle estamos, nos movemos e existimos. Jesus é a dádiva de Deus maravilhosa demais para se descrever com palavras.
Para onde estamos indo?
• Cansei de ouvir pregadores da prosperidade gritarem para Deus reivindicando suas petições;
• Cansei de ouvir pregadores da prosperidade dizendo que salário mínimo não é coisa de crente;
• Cansei dessa teologia que defende que o crente deve morar em mansão, ter carrões, muito dinheiro e nunca ficar doente;
• Cansei dessa teologia que valoriza mais as coisas terrenas do que aquelas que são do céu;
• Cansei dessa teologia da barganha com Deus, onde você contribui e Ele devolve com juros, correção monetária e muito lucro;
• Cansei dessa teologia de fé na fé;
• Cansei dessa teologia que ama mais o dinheiro que o próximo;
• Cansei dessa teologia consumista, utilitarista e que trata Deus como o Papai Noel;
• Cansei dessa teologia da ganância, cujo principal objetivo é fazer com que as pessoas atinjam a independência financeira;
• Cansei dessa teologia da auto-ajuda, auto-estima e auto-aceitação;
• Cansei dessa teologia que argumenta que Jesus nunca foi pobre;
• Cansei dessa teologia que tem criado uma geração de decepcionados nas igrejas;
• Cansei dessa teologia pregada e defendida por Edir Macedo, R.R. Soares, Robson Rodovalho, Oral Roberts, T.L. Osborn, Kenneth Hagin, Kenneth Copeland, Benny Hinn e muitos outros.
• Cansei da teologia da prosperidade, pois a Bíblia diz: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam“. (Mat.6.19,20);
• Cansei, não da prosperidade – que é dádiva de Deus, mas da teologia que faz dela o principal foco da vida cristã, em detrimento da salvação e das bênçãos espirituais.
Por que não voltar ao evangelho genuíno que aponta para a cruz e faz-nos descobrir beleza no Salvador? nEle estamos, nos movemos e existimos. Jesus é a dádiva de Deus maravilhosa demais para se descrever com palavras.
Para onde estamos indo?
João, o apóstolo
Ele é um homem velho, aquele sentado no banco, encostado na parede. Seus olhos estão fechados e o rosto, tranquilo. Não fosse por sua mão alisando a barba, poderíamos pensar que está dormindo.
Alguns na sala de fato acham que ele está meio adormecido. Ele sempre faz isso durante os cultos. Enquanto o povo canta, seus olhos se fecham e o queixo cai até repousar em seu peito. Ali, fica imóvel. Silencioso.
Aqueles que o conhecem não se enganam. Sabem que ele não está dormitando. Por cima da música, ele viaja, voltando, voltando até que seja moço outra vez. Forte outra vez. Até que esteja ali outra vez. Ali, na praia, com Tiago e os apóstolos. Ali, no caminho, com os discípulos e as mulheres. Ali, no templo, com Caifás e os acusadores.
Já faz sessenta anos e João ainda parece o mesmo. As décadas levaram suas forças, mas não carregaram suas lembranças. Os anos obscureceram-lhe os olhos, porém não a sua visão. As estações podem ter enrugado o seu rosto, mas não diminuíram o seu amor.
Ele havia estado com Deus. Deus estivera com ele. Como poderia esquecer?
Daquele vinho que antes fora água, João ainda conseguia sentir o sabor.
Da lama colocada sobre os olhos do homem cego, ele ainda se lembrava.
O aroma do unguento de Maria, o qual enchia a sala, ele ainda podia sentir.
E a voz? Oh, a voz de Jesus, João ainda podia ouvi-la.
Eu sou a luz do mundo...Eu sou a porta...Eu sou o caminho, e a verdade e a vida.
Eu virei outra vez, prometo, e os levarei para estar comigo... virei outra vez e vos levarei para mim mesmo.
Na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna.
João podia ouvi-lo; podia vê-lo. As cenas estavam marcadas em seu coração. As palavras, marcadas na sua alma. João nunca iria se esquecer. Como poderia? Ele havia estado lá.
Ele abre os olhos e pisca. A música parou. O ensino começou. João olha para os ouvintes e ouve o professor.
“Se pelo menos você pudesse ter estado ali”, ele pensa.
Mas não estava. Muitos não estavam. Muitos não eram sequer nascidos naquela época. E, muitos dos que lá tinham estado, agora eram mortos. Pedro, Tiago, Natanael, Marta, Felipe. Todos mortos. Até mesmo Paulo, o apóstolo que veio depois, estava morto.
Somente João restou.
Ele olha mais uma vez para a igreja. Poucos, mas ansiosos. Eles se inclinam para a frente a fim de ouvir o professor. João ouve. Que tarefa! Falar de alguém que nunca viu. Explicar palavras que nunca ouviu. João está ali, caso o professor dele precise.
No entanto, o que acontecerá quando João tiver partido? O que fará o professor quando a voz de João estiver silenciosa e sua língua, imóvel? Quem lhes contará como Jesus acalmou as ondas? Eles saberão como Ele alimentou milhares de pessoas? Se lembrarão de como orou pela unidade?
Como saberão? Se pelo menos pudessem ter estado lá...
De repente, em seu coração, João sabe o que fazer. Mais tarde, sob a luz de uma tocha, o velho pescador desenrola o pergaminho e começa a escrever a história da sua vida.
No princípio, era o Verbo...
Alguns na sala de fato acham que ele está meio adormecido. Ele sempre faz isso durante os cultos. Enquanto o povo canta, seus olhos se fecham e o queixo cai até repousar em seu peito. Ali, fica imóvel. Silencioso.
Aqueles que o conhecem não se enganam. Sabem que ele não está dormitando. Por cima da música, ele viaja, voltando, voltando até que seja moço outra vez. Forte outra vez. Até que esteja ali outra vez. Ali, na praia, com Tiago e os apóstolos. Ali, no caminho, com os discípulos e as mulheres. Ali, no templo, com Caifás e os acusadores.
Já faz sessenta anos e João ainda parece o mesmo. As décadas levaram suas forças, mas não carregaram suas lembranças. Os anos obscureceram-lhe os olhos, porém não a sua visão. As estações podem ter enrugado o seu rosto, mas não diminuíram o seu amor.
Ele havia estado com Deus. Deus estivera com ele. Como poderia esquecer?
Daquele vinho que antes fora água, João ainda conseguia sentir o sabor.
Da lama colocada sobre os olhos do homem cego, ele ainda se lembrava.
O aroma do unguento de Maria, o qual enchia a sala, ele ainda podia sentir.
E a voz? Oh, a voz de Jesus, João ainda podia ouvi-la.
Eu sou a luz do mundo...Eu sou a porta...Eu sou o caminho, e a verdade e a vida.
Eu virei outra vez, prometo, e os levarei para estar comigo... virei outra vez e vos levarei para mim mesmo.
Na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna.
João podia ouvi-lo; podia vê-lo. As cenas estavam marcadas em seu coração. As palavras, marcadas na sua alma. João nunca iria se esquecer. Como poderia? Ele havia estado lá.
Ele abre os olhos e pisca. A música parou. O ensino começou. João olha para os ouvintes e ouve o professor.
“Se pelo menos você pudesse ter estado ali”, ele pensa.
Mas não estava. Muitos não estavam. Muitos não eram sequer nascidos naquela época. E, muitos dos que lá tinham estado, agora eram mortos. Pedro, Tiago, Natanael, Marta, Felipe. Todos mortos. Até mesmo Paulo, o apóstolo que veio depois, estava morto.
Somente João restou.
Ele olha mais uma vez para a igreja. Poucos, mas ansiosos. Eles se inclinam para a frente a fim de ouvir o professor. João ouve. Que tarefa! Falar de alguém que nunca viu. Explicar palavras que nunca ouviu. João está ali, caso o professor dele precise.
No entanto, o que acontecerá quando João tiver partido? O que fará o professor quando a voz de João estiver silenciosa e sua língua, imóvel? Quem lhes contará como Jesus acalmou as ondas? Eles saberão como Ele alimentou milhares de pessoas? Se lembrarão de como orou pela unidade?
Como saberão? Se pelo menos pudessem ter estado lá...
De repente, em seu coração, João sabe o que fazer. Mais tarde, sob a luz de uma tocha, o velho pescador desenrola o pergaminho e começa a escrever a história da sua vida.
No princípio, era o Verbo...
Nunca diga: Que Deus possa!
Uma frase que aos poucos vai se fortalecendo em nossas igrejas e se institucionalizando no meio cristão: “Que Deus possa”.
Não se sabe exatamente onde, ou quem foi o autor de tamanho absurdo. Só se sabe, com exatidão, que o erro dessa afirmação encontrou enumeráveis admiradores dispostos a continuar repetindo e ostentando-a nos púlpitos e até em livros.
Não há dolo nisto, porém simplicidade ou força de expressão neste nível também torna-se inadmissível, especialmente no meio teológico onde vivemos.
Dizer: “Que Deus possa” equivale a dizer: “tomara que possa”. É o mesmo que colocar em dúvida a onipotência de Deus e admiti-lO como um ser limitado como nós. Proferir essa expressão é o mesmo que admitir que alguma coisa Ele não pode e, ainda por cima, comete-se o pecado da emulação previsto em Gálatas 5.20.
O fato de Deus fazer ou não nunca esteve, não está e jamais estará relacionado ao Seu poder e, sim, ao Seu querer. Em vez de dizermos que Deus possa poderíamos dizer que Deus queira, que Deus Se digne ou que Deus Se compraza.
Ele sempre pôde, sempre pode e sempre poderá. Se não fizer, não será por falta de poder, e sim, de querer. Contudo, nenhuma ação humana reduzirá ou aumentará o poder que há em Deus. Seu querer, sim, este será movido pela fé, humildade e rendição total a Ele.
Não se sabe exatamente onde, ou quem foi o autor de tamanho absurdo. Só se sabe, com exatidão, que o erro dessa afirmação encontrou enumeráveis admiradores dispostos a continuar repetindo e ostentando-a nos púlpitos e até em livros.
Não há dolo nisto, porém simplicidade ou força de expressão neste nível também torna-se inadmissível, especialmente no meio teológico onde vivemos.
Dizer: “Que Deus possa” equivale a dizer: “tomara que possa”. É o mesmo que colocar em dúvida a onipotência de Deus e admiti-lO como um ser limitado como nós. Proferir essa expressão é o mesmo que admitir que alguma coisa Ele não pode e, ainda por cima, comete-se o pecado da emulação previsto em Gálatas 5.20.
O fato de Deus fazer ou não nunca esteve, não está e jamais estará relacionado ao Seu poder e, sim, ao Seu querer. Em vez de dizermos que Deus possa poderíamos dizer que Deus queira, que Deus Se digne ou que Deus Se compraza.
Ele sempre pôde, sempre pode e sempre poderá. Se não fizer, não será por falta de poder, e sim, de querer. Contudo, nenhuma ação humana reduzirá ou aumentará o poder que há em Deus. Seu querer, sim, este será movido pela fé, humildade e rendição total a Ele.
Com valor, sem temor
O Brasil é bom porque aqui todo mundo é religioso. Uma pesquisa revelou que 99% dos brasileiros acreditam em Deus. Isso é garantia da integridade ética do nosso povo.
Quem acredita em Deus é mais confiável do que quem não acredita. Quem acredita em Deus anda na linha por medo do castigo. Dando-se crédito às Sagradas Escrituras os nossos 99% só são batidos pela população do inferno pois, segundo o apóstolo Tiago, 100% dos demônios não só acreditam em Deus como estremecem ao ouvir o seu nome. Ah! Como minha alma fica tranquila ao ver os crucifixos nas paredes dos gabinetes dos deputados e senadores e as Bíblias nas mãos dos pastores evangélicos...
Movido pelo mais sincero sentimento religioso e certo de que 99% dos congressistas não só acreditam em Deus como também estremecem ao ouvir o Seu nome, achei adequado fazer algumas considerações teológicas apropriadas ao momento de escolher os nossos representantes.
Vereadores, deputados, senadores e o presidente são nossos "representantes". Um "representante" é uma pessoa que toma o lugar de uma outra. Ela age como se fosse a outra. Pois essa palavra "representante" tem uma gravidade teológica: todo o drama da salvação que nos livra do fogo do inferno gira em torno dela. Para que nossas dívidas pecaminosas fossem pagas a N.S., Jesus Cristo teve de se "esvaziar" de todos os seus atributos divinos a fim de tomar o nosso lugar e nos "representar" perante Deus Pai. Se tal não tivesse acontecido todos estaríamos condenados ao sofrimento eterno.
A essência da "representatividade" é a "igualdade" entre o "representado" e o seu "representante". Uma raposa não pode representar as galinhas. Um heterossexual não pode representar os "gays". O dono da fábrica não pode representar os operários. O representante, assim, não pode ser "mais" que o representado. Esse "mais" é um privilégio, "lei privada" que vale apenas para um grupinho.
Na democracia não há privilégios. Todos são iguais perante a lei. Quando um Brasilino qualquer rouba um pacote de manteiga ou um boné ele vai para a cadeia. Vai pra cadeia porque a lei não sabe que ele é um Brasilino qualquer. E não sabe por ser cega. Se é cega para o Brasilino, é cega também para vereadores, deputados e senadores. Essa é a razão por que esses senhores, quando pegos com as mãos cheias de dinheiro público, vão também para a cadeia. Como é bem sabido as cadeias estão cheias deles... Representantes têm de ser iguais ao povo. Não têm privilégios. Não têm aposentadoria em condições especiais, não se valem de foros especiais para se safar. E nem votam os seus próprios salários porque os Brasilinos não votam os seus salários.
Estou certo de que, a fim de derrotar o 1% que não acredita em Deus e que, por isso mesmo se candidata para ter privilégios, os restantes 99% de legítimos representantes do povo, no início do seu mandato, haverão de votar uma lei que declare extintos todos e quaisquer privilégios que os tornam diferentes dos Brasilinos.
Por isso o momento de eleição é um momento de alegria teológica e democrática. Nossos candidatos não só acreditam em Deus como estremecem ao ouvir o seu nome...
texto de Rubem Alves publicado em 22/8/06 na Folha de S.Paulo.
Quem acredita em Deus é mais confiável do que quem não acredita. Quem acredita em Deus anda na linha por medo do castigo. Dando-se crédito às Sagradas Escrituras os nossos 99% só são batidos pela população do inferno pois, segundo o apóstolo Tiago, 100% dos demônios não só acreditam em Deus como estremecem ao ouvir o seu nome. Ah! Como minha alma fica tranquila ao ver os crucifixos nas paredes dos gabinetes dos deputados e senadores e as Bíblias nas mãos dos pastores evangélicos...
Movido pelo mais sincero sentimento religioso e certo de que 99% dos congressistas não só acreditam em Deus como também estremecem ao ouvir o Seu nome, achei adequado fazer algumas considerações teológicas apropriadas ao momento de escolher os nossos representantes.
Vereadores, deputados, senadores e o presidente são nossos "representantes". Um "representante" é uma pessoa que toma o lugar de uma outra. Ela age como se fosse a outra. Pois essa palavra "representante" tem uma gravidade teológica: todo o drama da salvação que nos livra do fogo do inferno gira em torno dela. Para que nossas dívidas pecaminosas fossem pagas a N.S., Jesus Cristo teve de se "esvaziar" de todos os seus atributos divinos a fim de tomar o nosso lugar e nos "representar" perante Deus Pai. Se tal não tivesse acontecido todos estaríamos condenados ao sofrimento eterno.
A essência da "representatividade" é a "igualdade" entre o "representado" e o seu "representante". Uma raposa não pode representar as galinhas. Um heterossexual não pode representar os "gays". O dono da fábrica não pode representar os operários. O representante, assim, não pode ser "mais" que o representado. Esse "mais" é um privilégio, "lei privada" que vale apenas para um grupinho.
Na democracia não há privilégios. Todos são iguais perante a lei. Quando um Brasilino qualquer rouba um pacote de manteiga ou um boné ele vai para a cadeia. Vai pra cadeia porque a lei não sabe que ele é um Brasilino qualquer. E não sabe por ser cega. Se é cega para o Brasilino, é cega também para vereadores, deputados e senadores. Essa é a razão por que esses senhores, quando pegos com as mãos cheias de dinheiro público, vão também para a cadeia. Como é bem sabido as cadeias estão cheias deles... Representantes têm de ser iguais ao povo. Não têm privilégios. Não têm aposentadoria em condições especiais, não se valem de foros especiais para se safar. E nem votam os seus próprios salários porque os Brasilinos não votam os seus salários.
Estou certo de que, a fim de derrotar o 1% que não acredita em Deus e que, por isso mesmo se candidata para ter privilégios, os restantes 99% de legítimos representantes do povo, no início do seu mandato, haverão de votar uma lei que declare extintos todos e quaisquer privilégios que os tornam diferentes dos Brasilinos.
Por isso o momento de eleição é um momento de alegria teológica e democrática. Nossos candidatos não só acreditam em Deus como estremecem ao ouvir o seu nome...
texto de Rubem Alves publicado em 22/8/06 na Folha de S.Paulo.
O misticismo na igreja
“Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado sem motivo algum na sua mente carnal, e não retendo a Cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus”. (Cl 2.18,19).
Os crentes em Colossos estavam sendo intimidados por pessoas que alegavam ter uma mais elevada, ampla, profunda e completa união com Deus do que aquela que somente Cristo pode conceder. Esses eram os místicos. Eles alegavam haver tido comunhão com seres angelicais através de visões e outras experiências místicas.
O misticismo ainda está bem vivo e continua usando a intimidação espiritual para rebaixar os inexperientes. Com freqüência, as pessoas que hoje dizem ter tido visões celestiais ou experiências fascinantes estão simplesmente inchadas com vãs noções, usando suas alegações para intimidar os outros a exaltá-las. Como escreveu o apóstolo Paulo aos crentes em Colossos, esse tipo de misticismo é o produto de uma mente orgulhosa e não-espiritual. Aqueles que o abraçam apartaram-se da suficiência que possuem em Cristo, o qual produz a verdadeira espiritualidade. Não seja intimidado por eles.
O misticismo é a idéia de que o conhecimento direto acerca de Deus ou da realidade máxima se consegue através da intuição ou da experiência pessoal e subjetiva, à parte de ou até mesmo em contradição ao fato histórico ou a objetiva revelação divina. Prevalecendo especialmente no movimento carismático, o misticismo moderno abraça um conceito de fé que de fato rejeita completamente a realidade e a racionalidade.
Declarando guerra à razão e à verdade, ele está assim em direto conflito com Cristo e a Escritura. Ele cresceu rapidamente porque promete o que tantas pessoas estão buscando: algo mais, algo melhor, algo mais rico, algo mais fácil — algo rápido e fácil para se substituir por uma vida de cuidadosa e disciplinada obediência à Palavra de Cristo. E, uma vez que tantos carecem da certeza de que sua suficiência está em Cristo, o misticismo pegou muitos cristãos despercebidos. Assim, ele tem carregado boa parte da igreja a um perigoso mundo de confusão e falso ensinamento.
O misticismo criou um clima teológico amplamente intolerante quanto à doutrina exata e à sadia exegese bíblica. Observe, por exemplo, como se tem tornado popular falar sarcasticamente a respeito da doutrina, do ensino bíblico sistemático, da cuidadosa exegese ou da ousada proclamação do evangelho. Verdade absoluta e certeza racional estão atualmente fora de moda. A pregação bíblica autoritária é criticada como muito dogmática. É raro hoje em dia ouvir um pregador desafiar a opinião popular com um ensinamento claro da Palavra de Deus e sublinhar a verdade com um firme e resoluto "Assim diz o Senhor".
Ironicamente, surgiu uma nova classe de profetas que nomearam a si mesmos. Estes charlatães religiosos apregoam seus próprios sonhos e visões com uma frase diferente: "O Senhor me disse..." Isso é misticismo, e ele vitima pessoas que buscam alguma verdade secreta que será acrescentada à simplicidade da Palavra de Deus, que é toda-suficiente e que nos foi dada uma vez por todas.
Um certo pastor carismático disse que uma vez ou outra, de manhã, quando está a se barbear, Jesus entra em seu banheiro e põe seu braço em redor dele e conversam. Ele acredita mesmo nisso? Eu não sei. Talvez queira que as pessoas pensem que ele tem mais intimidade com Cristo do que a maioria de nós. Seja qual for o caso, sua experiência está em grave contraste com os relatos bíblicos das visões celestiais. Isaías ficou aterrorizado quando viu o Senhor e imediatamente confessou seu pecado (Is 6.5). Manoá temeu por sua vida e disse a sua esposa: "Certamente morreremos, porque vimos a Deus" (Jz 13.22). Jó arrependeu-se no pó e na cinza (Jó 42.5-6). Os discípulos ficaram petrificados (Lc 8.25). Pedro disse a Jesus: "Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador" (Lc 5.8). Cada um deles ficou perplexo com um senso de pecaminosidade e temeu o juízo. Como alguém poderia casualmente falar e se barbear enquanto na presença de um Deus tão infinitamente santo?
Um jornal local recentemente falou de um bem conhecido televangelista que, disse ele, ao tirar uma soneca em sua casa, de repente, o próprio Satanás apareceu, pegou-lhe pelo pescoço com as duas mãos e tentou estrangulá-lo até morrer. Quando ele gritou, sua esposa veio correndo à sala e espantou o diabo. Através dos anos, esse mesmo homem tem relatado outras experiências bizarras.
Francamente eu não creio em relatos como esse. Além do fato de quase sempre não se alinharem com a verdade bíblica, eles afastam as pessoas da verdade de Cristo. As pessoas começam a buscar experiências paranormais, fenômenos supernaturais e revelações especiais — como se nossos recursos em Cristo não fossem o bastante. Elas tecem suas perspectivas a respeito de Deus e da verdade espiritual baseadas em seus sentimentos que elas mesmas geram e autenticam, os quais se tornam mais importantes para elas do que a própria Bíblia.
O misticismo também destrói o discernimento
Porque as pessoas pensariam por si mesmas ou comparariam o que lhes é ensinado com a Escritura, quando seus professores alegam receber a verdade diretamente do céu? Assim o misticismo se torna um instrumento através do qual líderes inescrupulosos podem extrair dinheiro e honra do rebanho, por meio de experiências fabricadas, tirando vantagem da ingenuidade das pessoas.
Alguns enviam enormes somas de dinheiro na esperança de comprar um milagre. Ao fazerem isso, eles pensam estar demonstrando grande fé, mas na realidade estão demonstrando grande desconfiança na suficiência de Cristo. Aquilo que eles pensam ser fé em Cristo é, de fato, dúvida em busca de provas. Deste modo, pessoas fracas são presas fáceis das falsas promessas do misticismo.
Oposição à verdade
Pregadores que confrontam os ensinos místicos sempre são estigmatizados como críticos, sem amor ou causadores de divisão. Assim, o misticismo tem fomentado uma tolerância ao falso e negligente ensino. Mas a ordem bíblica é clara: nós devemos ser apegados "à palavra fiel que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder, assim para exortar pelo reto ensino como para convencer os que contradizem" (Tito 1.9).
Não existe plano mais alto — nenhuma experiência sobrepujante ou vida mais profunda. Cristo é tudo em todos. Agarre-se a Ele. Cultive seu amor por Ele. Somente nEle você é completo!
Fonte original: “A nossa suficiência em Cristo” - John MacArthur , (Ed. Fiel) pg 152-157 - Título original -"Cristo+Misticismo" (cf cap. 152).
Os crentes em Colossos estavam sendo intimidados por pessoas que alegavam ter uma mais elevada, ampla, profunda e completa união com Deus do que aquela que somente Cristo pode conceder. Esses eram os místicos. Eles alegavam haver tido comunhão com seres angelicais através de visões e outras experiências místicas.
O misticismo ainda está bem vivo e continua usando a intimidação espiritual para rebaixar os inexperientes. Com freqüência, as pessoas que hoje dizem ter tido visões celestiais ou experiências fascinantes estão simplesmente inchadas com vãs noções, usando suas alegações para intimidar os outros a exaltá-las. Como escreveu o apóstolo Paulo aos crentes em Colossos, esse tipo de misticismo é o produto de uma mente orgulhosa e não-espiritual. Aqueles que o abraçam apartaram-se da suficiência que possuem em Cristo, o qual produz a verdadeira espiritualidade. Não seja intimidado por eles.
O misticismo é a idéia de que o conhecimento direto acerca de Deus ou da realidade máxima se consegue através da intuição ou da experiência pessoal e subjetiva, à parte de ou até mesmo em contradição ao fato histórico ou a objetiva revelação divina. Prevalecendo especialmente no movimento carismático, o misticismo moderno abraça um conceito de fé que de fato rejeita completamente a realidade e a racionalidade.
Declarando guerra à razão e à verdade, ele está assim em direto conflito com Cristo e a Escritura. Ele cresceu rapidamente porque promete o que tantas pessoas estão buscando: algo mais, algo melhor, algo mais rico, algo mais fácil — algo rápido e fácil para se substituir por uma vida de cuidadosa e disciplinada obediência à Palavra de Cristo. E, uma vez que tantos carecem da certeza de que sua suficiência está em Cristo, o misticismo pegou muitos cristãos despercebidos. Assim, ele tem carregado boa parte da igreja a um perigoso mundo de confusão e falso ensinamento.
O misticismo criou um clima teológico amplamente intolerante quanto à doutrina exata e à sadia exegese bíblica. Observe, por exemplo, como se tem tornado popular falar sarcasticamente a respeito da doutrina, do ensino bíblico sistemático, da cuidadosa exegese ou da ousada proclamação do evangelho. Verdade absoluta e certeza racional estão atualmente fora de moda. A pregação bíblica autoritária é criticada como muito dogmática. É raro hoje em dia ouvir um pregador desafiar a opinião popular com um ensinamento claro da Palavra de Deus e sublinhar a verdade com um firme e resoluto "Assim diz o Senhor".
Ironicamente, surgiu uma nova classe de profetas que nomearam a si mesmos. Estes charlatães religiosos apregoam seus próprios sonhos e visões com uma frase diferente: "O Senhor me disse..." Isso é misticismo, e ele vitima pessoas que buscam alguma verdade secreta que será acrescentada à simplicidade da Palavra de Deus, que é toda-suficiente e que nos foi dada uma vez por todas.
Um certo pastor carismático disse que uma vez ou outra, de manhã, quando está a se barbear, Jesus entra em seu banheiro e põe seu braço em redor dele e conversam. Ele acredita mesmo nisso? Eu não sei. Talvez queira que as pessoas pensem que ele tem mais intimidade com Cristo do que a maioria de nós. Seja qual for o caso, sua experiência está em grave contraste com os relatos bíblicos das visões celestiais. Isaías ficou aterrorizado quando viu o Senhor e imediatamente confessou seu pecado (Is 6.5). Manoá temeu por sua vida e disse a sua esposa: "Certamente morreremos, porque vimos a Deus" (Jz 13.22). Jó arrependeu-se no pó e na cinza (Jó 42.5-6). Os discípulos ficaram petrificados (Lc 8.25). Pedro disse a Jesus: "Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador" (Lc 5.8). Cada um deles ficou perplexo com um senso de pecaminosidade e temeu o juízo. Como alguém poderia casualmente falar e se barbear enquanto na presença de um Deus tão infinitamente santo?
Um jornal local recentemente falou de um bem conhecido televangelista que, disse ele, ao tirar uma soneca em sua casa, de repente, o próprio Satanás apareceu, pegou-lhe pelo pescoço com as duas mãos e tentou estrangulá-lo até morrer. Quando ele gritou, sua esposa veio correndo à sala e espantou o diabo. Através dos anos, esse mesmo homem tem relatado outras experiências bizarras.
Francamente eu não creio em relatos como esse. Além do fato de quase sempre não se alinharem com a verdade bíblica, eles afastam as pessoas da verdade de Cristo. As pessoas começam a buscar experiências paranormais, fenômenos supernaturais e revelações especiais — como se nossos recursos em Cristo não fossem o bastante. Elas tecem suas perspectivas a respeito de Deus e da verdade espiritual baseadas em seus sentimentos que elas mesmas geram e autenticam, os quais se tornam mais importantes para elas do que a própria Bíblia.
O misticismo também destrói o discernimento
Porque as pessoas pensariam por si mesmas ou comparariam o que lhes é ensinado com a Escritura, quando seus professores alegam receber a verdade diretamente do céu? Assim o misticismo se torna um instrumento através do qual líderes inescrupulosos podem extrair dinheiro e honra do rebanho, por meio de experiências fabricadas, tirando vantagem da ingenuidade das pessoas.
Alguns enviam enormes somas de dinheiro na esperança de comprar um milagre. Ao fazerem isso, eles pensam estar demonstrando grande fé, mas na realidade estão demonstrando grande desconfiança na suficiência de Cristo. Aquilo que eles pensam ser fé em Cristo é, de fato, dúvida em busca de provas. Deste modo, pessoas fracas são presas fáceis das falsas promessas do misticismo.
Oposição à verdade
Pregadores que confrontam os ensinos místicos sempre são estigmatizados como críticos, sem amor ou causadores de divisão. Assim, o misticismo tem fomentado uma tolerância ao falso e negligente ensino. Mas a ordem bíblica é clara: nós devemos ser apegados "à palavra fiel que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder, assim para exortar pelo reto ensino como para convencer os que contradizem" (Tito 1.9).
Não existe plano mais alto — nenhuma experiência sobrepujante ou vida mais profunda. Cristo é tudo em todos. Agarre-se a Ele. Cultive seu amor por Ele. Somente nEle você é completo!
Fonte original: “A nossa suficiência em Cristo” - John MacArthur , (Ed. Fiel) pg 152-157 - Título original -"Cristo+Misticismo" (cf cap. 152).
A síndrome de Elimas nas igrejas atuais
“Vendo Simão que o Espírito era dado com a imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro e disse: “Dêem-me também este poder, para que a pessoa sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo” (At 8.18-19).
Um feiticeiro, um mágico creu no evangelho. Este fato aconteceu no início da igreja quando os apóstolos dividiam o cuidado dela com os diáconos. O nome do mágico era Elimas, um mágico muito respeitado como já foi David Coperfield em nosso tempo.
Elimas realizava suas proezas em Samaria e era chamado de O Grande Poder pelas sua maravilhosas ilusões. Mas Elimas foi surpreendido pelo diácono Felipe, que apareceu em Samaria pregando o evangelho e, como resultado, a platéia do mágico se converteu e foi batizada. Elimas também creu no evangelho, porque Filipe realizava através do nome de Jesus sinais e maravilhas que não eram nenhuma ilusão. Isso impressionou Elimas, mas o que mais o impressionou foi a chegada de Pedro e João, dois ícones do evangelho. Elimas os viu impondo as mãos sobre os crentes e o Espírito de Deus descer literalmente sobre eles. Então Elimas teve a infeliz ideia de comprar aquele poder, pensando ser um acontecimento mágico o batismo no Espírito Santo, por isso ofereceu dinheiro para ter o mesmo poder de Pedro e João. Ele não sabia que não podia comprar o dom de Deus com dinheiro. O ilusionista se iludiu com falsas esperanças a respeito do evangelho, pensou ser os sinais realizados por Filipe alguma grande mágica maior que a sua e o poder de Pedro e João a suprema técnica ilusionista que acontecia através de se repetir as palavras certas. Não sabia Elimas que aquilo tudo era real e dado como presente de Deus de graça a quem cresse.
Agora preste atenção aos vários crentes hoje que pregam o evangelho mágico. Eles tentam nos iludir dizendo: “Me dê seus pedidos de oração que vou subir ao monte e queimar os pedidos e Deus vai atender” ou “Oferte tanto dinheiro quanto você tem e Deus te dará o dobro” ou “No Monte Sinai é onde Deus ouve as orações, me dêem ofertas, muita ofertas que vou levar suas orações ao Monte Sinai” ou “Leve essa rosa ungida para casa e o ambiente vai mudar”.
O interessante é que os verdadeiros sinais têm sumido, o pregador vem nas nossas igrejas, grita, pula, derruba as pessoas ao chão, mas onde estão as verdadeiras curas, o batismo no Espírito Santo e a verdadeira mudança nas vidas das pessoas, que é a salvação operada por Jesus?
Muitos crêem hoje que o evangelho é algo mágico ou deve ser. Se sou crente e não consigo amar, o erro está em Deus, afinal Ele não colocou o amor em mim, por isso sou crente e não controlo minha língua, por isso sou crente e sou violento, por isso sou pastor e não importo com as minhas ovelhas, afinal se Deus quiser isso Ele vai me falar ou me tocar.
Tudo o que o evangelho pede de nós já está na Bíblia, se não obedecemos é por culpa nossa e dureza de coração. E Jesus prometeu que quem colocasse a fé nEle veria os sinais, e Seus verdadeiros discípulos realizariam sinais verdadeiros, autênticos, coisas visíveis, apenas no nome de Jesus, não no nome do pregador que sobe a um monte, não através dos pedidos queimados ou da rosa ungida. Não creia no evangelho mágico e nem em pregadores que não digam o que Pedro e João disseram ao ser usados para curar um aleijado:
“Israelitas, por que isto os surpreende? Por que vocês estão olhando para nós, como se tivéssemos feito este homem andar por nosso próprio poder ou piedade? Pela fé no nome de Jesus, o Nome curou este homem que vocês vêem e conhecem. A fé que vem por meio dele lhe deu esta saúde perfeita, como todos podem ver” (At 3.12-16).
Um feiticeiro, um mágico creu no evangelho. Este fato aconteceu no início da igreja quando os apóstolos dividiam o cuidado dela com os diáconos. O nome do mágico era Elimas, um mágico muito respeitado como já foi David Coperfield em nosso tempo.
Elimas realizava suas proezas em Samaria e era chamado de O Grande Poder pelas sua maravilhosas ilusões. Mas Elimas foi surpreendido pelo diácono Felipe, que apareceu em Samaria pregando o evangelho e, como resultado, a platéia do mágico se converteu e foi batizada. Elimas também creu no evangelho, porque Filipe realizava através do nome de Jesus sinais e maravilhas que não eram nenhuma ilusão. Isso impressionou Elimas, mas o que mais o impressionou foi a chegada de Pedro e João, dois ícones do evangelho. Elimas os viu impondo as mãos sobre os crentes e o Espírito de Deus descer literalmente sobre eles. Então Elimas teve a infeliz ideia de comprar aquele poder, pensando ser um acontecimento mágico o batismo no Espírito Santo, por isso ofereceu dinheiro para ter o mesmo poder de Pedro e João. Ele não sabia que não podia comprar o dom de Deus com dinheiro. O ilusionista se iludiu com falsas esperanças a respeito do evangelho, pensou ser os sinais realizados por Filipe alguma grande mágica maior que a sua e o poder de Pedro e João a suprema técnica ilusionista que acontecia através de se repetir as palavras certas. Não sabia Elimas que aquilo tudo era real e dado como presente de Deus de graça a quem cresse.
Agora preste atenção aos vários crentes hoje que pregam o evangelho mágico. Eles tentam nos iludir dizendo: “Me dê seus pedidos de oração que vou subir ao monte e queimar os pedidos e Deus vai atender” ou “Oferte tanto dinheiro quanto você tem e Deus te dará o dobro” ou “No Monte Sinai é onde Deus ouve as orações, me dêem ofertas, muita ofertas que vou levar suas orações ao Monte Sinai” ou “Leve essa rosa ungida para casa e o ambiente vai mudar”.
O interessante é que os verdadeiros sinais têm sumido, o pregador vem nas nossas igrejas, grita, pula, derruba as pessoas ao chão, mas onde estão as verdadeiras curas, o batismo no Espírito Santo e a verdadeira mudança nas vidas das pessoas, que é a salvação operada por Jesus?
Muitos crêem hoje que o evangelho é algo mágico ou deve ser. Se sou crente e não consigo amar, o erro está em Deus, afinal Ele não colocou o amor em mim, por isso sou crente e não controlo minha língua, por isso sou crente e sou violento, por isso sou pastor e não importo com as minhas ovelhas, afinal se Deus quiser isso Ele vai me falar ou me tocar.
Tudo o que o evangelho pede de nós já está na Bíblia, se não obedecemos é por culpa nossa e dureza de coração. E Jesus prometeu que quem colocasse a fé nEle veria os sinais, e Seus verdadeiros discípulos realizariam sinais verdadeiros, autênticos, coisas visíveis, apenas no nome de Jesus, não no nome do pregador que sobe a um monte, não através dos pedidos queimados ou da rosa ungida. Não creia no evangelho mágico e nem em pregadores que não digam o que Pedro e João disseram ao ser usados para curar um aleijado:
“Israelitas, por que isto os surpreende? Por que vocês estão olhando para nós, como se tivéssemos feito este homem andar por nosso próprio poder ou piedade? Pela fé no nome de Jesus, o Nome curou este homem que vocês vêem e conhecem. A fé que vem por meio dele lhe deu esta saúde perfeita, como todos podem ver” (At 3.12-16).
domingo, 4 de outubro de 2009
É fácil ser crente...
Quando só precisamos imitar os medíocres e caminhar na mesma direção.
Quando não precisamos atender qualquer exigência de vida disciplinada, só precisamos estar atualizados com as últimas novidades do varejão gospel.
Quando vamos à igreja procurando entretenimento, e é isso mesmo que encontramos.
Quando o parâmetro de vida piedosa são as pessoas rasas da comunidade, ou pior ainda, o avivalista "itinerante" metido a profundo e sua fabriquinha de ilusões. Gente que insiste em reduzir Deus a uma equação matemática e a "tão grande salvação" a um sistema de gratificação e castigo.
Quando o "fogo" do Espírito (será?!) é mais importante do que o fruto do Espírito (Gl.5.22).
Quando o culto serve para aliviar as tensões e justificar o "vale-tudo nosso de cada dia", ou seja, apenas um momento de catarse em que Deus não passa de um coadjuvante de luxo e nunca o centro da reunião.
Quando ser fiel é mesquinhamente ser dizimista e ofertante. Esse tipo de dízimo é apenas o "pedágio da alienação", uma espécie de indulgência, pois se sou fiel apenas dizimando não importa o resto.
Quando a Ceia não tem relevância, a não ser como clímax do fetiche hipocondríaco generalizado, porque hoje se você entrar em algumas igrejas com saúde, logo arrumarão uma doença pra você, pois o culto (será?!) tem que ter cura! É a ressurreição da velha máxima de repartição pública: "Criar dificuldade para vender facilidade".
Quando a ordem é cantar sem pensar no conteúdo do que se canta, e de preferência os hits triunfalistas do momento. Isso inclui as músicas longas de uma frase só, os mantras evangélicos, música "pra sentir", as aberrações teológicas do tipo que convidam Jesus para entrar em casa depois de anos na igreja, ou as vitórias revanchistas com sabor de mel, ou ainda as chuvas intermináveis que não causam inundações. Enfim, como diria Stanislaw Ponte Preta, todo o repertório do FEBEAPA (Festival de Besteira que Assola o País).
É fácil ser crente no evangelho da "graça barata", pois como disse Bonheffer:
"Graça barata é a pregação do perdão sem arrependimento, é o batismo sem a disciplina comunitária, é a Ceia do Senhor sem confissão de pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, sem cruz, graça sem Jesus vivo, encarnado. A graça preciosa é o tesouro oculto no campo, por amor do qual o ser humano sai e vende com alegria tudo quanto tem; a pérola preciosa, para cuja aquisição o comerciante se desfaz de todos os seus bens; o senhorio régio de Cristo, por amor do qual o ser humano arranca o olho que o faz tropeçar; o chamado de Jesus Cristo, pelo qual o discípulo larga as redes e O segue." (Bonhoeffer. Discipulado, Ed Sinodal,2004, p.10).
Que o Senhor nos livre desse evangelho de conveniências e facilidades, pois é "outro evangelho" (Gl 3.8).
Quando não precisamos atender qualquer exigência de vida disciplinada, só precisamos estar atualizados com as últimas novidades do varejão gospel.
Quando vamos à igreja procurando entretenimento, e é isso mesmo que encontramos.
Quando o parâmetro de vida piedosa são as pessoas rasas da comunidade, ou pior ainda, o avivalista "itinerante" metido a profundo e sua fabriquinha de ilusões. Gente que insiste em reduzir Deus a uma equação matemática e a "tão grande salvação" a um sistema de gratificação e castigo.
Quando o "fogo" do Espírito (será?!) é mais importante do que o fruto do Espírito (Gl.5.22).
Quando o culto serve para aliviar as tensões e justificar o "vale-tudo nosso de cada dia", ou seja, apenas um momento de catarse em que Deus não passa de um coadjuvante de luxo e nunca o centro da reunião.
Quando ser fiel é mesquinhamente ser dizimista e ofertante. Esse tipo de dízimo é apenas o "pedágio da alienação", uma espécie de indulgência, pois se sou fiel apenas dizimando não importa o resto.
Quando a Ceia não tem relevância, a não ser como clímax do fetiche hipocondríaco generalizado, porque hoje se você entrar em algumas igrejas com saúde, logo arrumarão uma doença pra você, pois o culto (será?!) tem que ter cura! É a ressurreição da velha máxima de repartição pública: "Criar dificuldade para vender facilidade".
Quando a ordem é cantar sem pensar no conteúdo do que se canta, e de preferência os hits triunfalistas do momento. Isso inclui as músicas longas de uma frase só, os mantras evangélicos, música "pra sentir", as aberrações teológicas do tipo que convidam Jesus para entrar em casa depois de anos na igreja, ou as vitórias revanchistas com sabor de mel, ou ainda as chuvas intermináveis que não causam inundações. Enfim, como diria Stanislaw Ponte Preta, todo o repertório do FEBEAPA (Festival de Besteira que Assola o País).
É fácil ser crente no evangelho da "graça barata", pois como disse Bonheffer:
"Graça barata é a pregação do perdão sem arrependimento, é o batismo sem a disciplina comunitária, é a Ceia do Senhor sem confissão de pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, sem cruz, graça sem Jesus vivo, encarnado. A graça preciosa é o tesouro oculto no campo, por amor do qual o ser humano sai e vende com alegria tudo quanto tem; a pérola preciosa, para cuja aquisição o comerciante se desfaz de todos os seus bens; o senhorio régio de Cristo, por amor do qual o ser humano arranca o olho que o faz tropeçar; o chamado de Jesus Cristo, pelo qual o discípulo larga as redes e O segue." (Bonhoeffer. Discipulado, Ed Sinodal,2004, p.10).
Que o Senhor nos livre desse evangelho de conveniências e facilidades, pois é "outro evangelho" (Gl 3.8).
Apóstolo bom é apóstolo morto!
Não APOIAMOS assassinos (até porque é PECADO MATAR), o nome da comunidade é apenas ILUSTRATIVO mostrando que os apóstolos bíblicos eram os BONS... APENAS ISSO!!!!
As qualificações dos apóstolos VERDADEIROS são:
1. O apóstolo tinha de ser testemunha ocular de Jesus ressurreto (Atos 1.2,3; 1.21,22; 9.1-6; 1Coríntios 15.7-9).
2. O apóstolo tinha de ter recebido sua comissão apostólica diretamente de Jesus (Lucas 6.13-16; Mateus 10.1-7; Marcos 3.14; Atos 1.21-26; Gálatas 1.1; 1:11,12).
Quem eram os apóstolos? Apenas os 12 e mais 1 (Paulo). O resto é BALELA.
Texto de apresentação da comunidade Apóstolo BOM é Apóstolo MORTO no Orkut.
As qualificações dos apóstolos VERDADEIROS são:
1. O apóstolo tinha de ser testemunha ocular de Jesus ressurreto (Atos 1.2,3; 1.21,22; 9.1-6; 1Coríntios 15.7-9).
2. O apóstolo tinha de ter recebido sua comissão apostólica diretamente de Jesus (Lucas 6.13-16; Mateus 10.1-7; Marcos 3.14; Atos 1.21-26; Gálatas 1.1; 1:11,12).
Quem eram os apóstolos? Apenas os 12 e mais 1 (Paulo). O resto é BALELA.
Texto de apresentação da comunidade Apóstolo BOM é Apóstolo MORTO no Orkut.
Sobre cristãos neopentecostais
“Controvérsia por amor à controvérsia é pecado. Controvérsia por amor à verdade é um mandamento bíblico.” (Walter Martin)
Quando converso com um cristão neopentecostal, os sintomas apresentados são os mesmos de um adepto de seita. Os sintomas e atitudes são idênticos aos sectaristas, sua mente não consegue raciocinar diferente de sua igreja. Um erro que os cristãos contemporâneos fazem, e principalmente os neopentecostais é pensar como sua denominação e não como a Bíblia, trazendo prejuízos para eles mesmos. Passam por uma espécie de lavagem cerebral involuntária e imperceptível aqueles que se envolvem com estes movimentos, que podem ser considerados igrejas de Laodicéia (Ap 3.17).
Um cristão neopentecostal dificilmente pensará diferente de sua liderança sobre questões bíblicas, mesmo que seus líderes se posicionem a favor do aborto, por exemplo. A falta de discernimento é uma realidade entre os neopentecostais, da mesma forma que uma Testemunha de Jeová, por exemplo, não questionará em hipótese alguma as ordens do Corpo Governante. Assim é o cristão neopentecostal. Ele jamais questionará sua liderança, mesmo que seus ensinamentos comprometam a integridade das Escrituras.
Lembro-me de quando o senhor Estevam Hernandes foi preso nos EUA por tentar entrar no país com dólares escondidos na Bíblia Sagrada. Mesmo depois de alguns meses, havia reportagens na TV e em revistas onde os membros da Igreja Apostólica Renascer afirmavam que era o diabo querendo se levantar contra a igreja neopentecostal Renascer. Os discípulos de Estevam Hernandes acusavam o diabo (e não o líder daquela igreja) por querer burlar o governo dos EUA, mostrando assim que a lavagem cerebral não atinge somente os adeptos de seitas, mas também cristãos neopentecostais, e, dependendo da situação, até mesmo cristãos evangélicos de outras correntes.
Se, por exemplo, eu apresentar um folheto a uma Testemunha de Jeová, e neste folheto conter explicações sobre a Sociedade Torre de Vigia, mostrando suas falácias, ele não poderá ler tal literatura, pois são aconselhados por seus líderes de que se trata de material “apóstata”. Na verdade, são instruídos a não lerem qualquer material religioso, ou secular que discorde do Corpo Governante, ou seja, de sua liderança.
Não estou afirmando, necessariamente, que um grande número de cristãos neopentecostais não seja de fato cristão de verdade; afinal sua fé é depositada em Cristo para sua salvação. Acredito na salvação de um cristão neopentecostal, mas tenho certeza que muitos que estão em igrejas neopentecostais não estão verdadeiramente com seus corações voltados para Cristo e, sim, no retorno financeiro e material que poderão ter do Deus bíblico, logicamente crendo neste gnóstico evangelho (Gl 1.8).
O que deve ser observado, entretanto, são os sintomas apresentados por inúmeros neopentecostais, ou seja, comportam-se como adeptos de seitas. Não querem raciocinar pela Bíblia, mas aceitam somente o que seus líderes afirmam. Não aceitam críticas lançadas sobre sua liderança e, quase sempre, não lêem material que faça uma critica teológica sobre sua igreja.
É certo que Cristo salva independente da denominação cristã a que pertençamos, mas tenho certeza que suas lideranças, em grande número, são lobos devoradores vestidos de ovelhas, os quais não serão poupados do juízo do Deus vivo (Mt 7.15,18; At 20. 29,30; 2 Tm 4.3; 2 Pd 2.1-3,13-15,17-19; 2 Pd 3.16,17). Conheci uma colega universitária que pertencia a uma igreja neopentecostal, a qual certa vez me contou que por algum tempo viveu maritalmente com um obreiro desse movimento. E que, mesmo nessa condição pecaminosa, aquele obreiro exercia várias funções na referida igreja, inclusive pregava a Palavra. Mas o que mais me impressionou foi o que ela contou sobre seu relacionamento com aquele homem. Apanhou diversas vezes do obreiro e, somente depois de certo tempo veio a abandonar o relacionamento.
Mas o que mais me deixou transtornado foi ouvir aquela jovem relatar que continua na mesma igreja em que tudo isso aconteceu. Só o obreiro que a espancava mudou-se para outro campo, embora tenha permanecido na mesma denominação. Observe: nem mesmo um ato tão vexatório como aquele foi o bastante para aquela jovem abandonar tal movimento neopentecostal. Verdadeiramente as pessoas que ali se encontram não conseguem diferenciar a verdade da mentira, pois estão como que hipnotizadas.
A Bíblia diz que são muitos os enganadores que viajam pelo mundo (2 Jo 7-8) e também a Palavra recomenda que tenhamos cuidado com os falsos profetas (Mt 7.15). O mundo evangélico americano contemporâneo foi dividido quando um homem chamado Kenneth E. Hagin se projetou na mídia cristã. Hagin plagiou os ensinos de um pastor apóstata chamado E. W. Kenyon, que se envolveu com as seitas metafísicas. Ele chegou a declarar: “A única coisa que falta à Ciência Cristã é o sangue de Cristo”. (www.posword.org/articles/kenyon/index.shtml).
Foram centenas de falsos ensinos e declarações que ofendem a ortodoxia bíblica, um ministério que trouxe somente prejuízos para toda a Igreja Cristã. Sua vida se encerrou no ano de 2003, deixando um rastro de heresias que infectaram quase toda a religião cristã contemporânea. Ele foi um dos principais mentores que produziram ensinamentos nas décadas de 60 e 70, os quais foram responsáveis pelo surgimento novas correntes doutrinárias, como a Teologia da Prosperidade e os ensinos da metafísica, o que fez com que a maioria das Igrejas Cristãs da América do Norte fosse envenenada pelas heresias da confissão positiva.
Em pouco tempo, essa heresia destruidora varreria o Brasil de Norte a Sul e traria prejuízos incalculáveis e irreversíveis á igreja de Cristo. Sabe-se que ninguém contribuiu mais para que essas ideias fossem veiculadas no Brasil do que o missionário R.R. Soares com a Editora Graça Editorial, responsável por divulgar os ensinos de Kenneth Hagin.
Dentre os mais variados ensinos estão os chamados “chavões” inventados pelos mestres da fé, dentre eles: “eu ordeno, eu determino, eu reivindico, eu amarro, eu comando, profetizo isto ou aquilo, profetize para si mesmo etc”.
Existem hoje milhares de seguidores de Kenneth Hagin em todo o globo, como também inúmeros pesquisadores cristãos que desmascararam seus falaciosos ensinos apresentando-os como os de um falso profeta, com provas irrefutáveis. O pastor Ricardo Gondim diz, com muita propriedade, como os livros de Kenneth Hagin fizeram sucesso no Brasil: “Embora outros “grandes” evangelistas dessa linha teológica não tenham logrado êxito no Brasil, Kenneth Hagin de repente tornou-se um dos maiores best sellers. Com livros extremamente simples, ele conseguiu influenciar os rumos da igreja no Brasil mais que qualquer outro líder religioso nos últimos tempos.”
Precisamos, como líderes, dizer às nossas igrejas que o mal está à porta (Jd 3) .
Quando converso com um cristão neopentecostal, os sintomas apresentados são os mesmos de um adepto de seita. Os sintomas e atitudes são idênticos aos sectaristas, sua mente não consegue raciocinar diferente de sua igreja. Um erro que os cristãos contemporâneos fazem, e principalmente os neopentecostais é pensar como sua denominação e não como a Bíblia, trazendo prejuízos para eles mesmos. Passam por uma espécie de lavagem cerebral involuntária e imperceptível aqueles que se envolvem com estes movimentos, que podem ser considerados igrejas de Laodicéia (Ap 3.17).
Um cristão neopentecostal dificilmente pensará diferente de sua liderança sobre questões bíblicas, mesmo que seus líderes se posicionem a favor do aborto, por exemplo. A falta de discernimento é uma realidade entre os neopentecostais, da mesma forma que uma Testemunha de Jeová, por exemplo, não questionará em hipótese alguma as ordens do Corpo Governante. Assim é o cristão neopentecostal. Ele jamais questionará sua liderança, mesmo que seus ensinamentos comprometam a integridade das Escrituras.
Lembro-me de quando o senhor Estevam Hernandes foi preso nos EUA por tentar entrar no país com dólares escondidos na Bíblia Sagrada. Mesmo depois de alguns meses, havia reportagens na TV e em revistas onde os membros da Igreja Apostólica Renascer afirmavam que era o diabo querendo se levantar contra a igreja neopentecostal Renascer. Os discípulos de Estevam Hernandes acusavam o diabo (e não o líder daquela igreja) por querer burlar o governo dos EUA, mostrando assim que a lavagem cerebral não atinge somente os adeptos de seitas, mas também cristãos neopentecostais, e, dependendo da situação, até mesmo cristãos evangélicos de outras correntes.
Se, por exemplo, eu apresentar um folheto a uma Testemunha de Jeová, e neste folheto conter explicações sobre a Sociedade Torre de Vigia, mostrando suas falácias, ele não poderá ler tal literatura, pois são aconselhados por seus líderes de que se trata de material “apóstata”. Na verdade, são instruídos a não lerem qualquer material religioso, ou secular que discorde do Corpo Governante, ou seja, de sua liderança.
Não estou afirmando, necessariamente, que um grande número de cristãos neopentecostais não seja de fato cristão de verdade; afinal sua fé é depositada em Cristo para sua salvação. Acredito na salvação de um cristão neopentecostal, mas tenho certeza que muitos que estão em igrejas neopentecostais não estão verdadeiramente com seus corações voltados para Cristo e, sim, no retorno financeiro e material que poderão ter do Deus bíblico, logicamente crendo neste gnóstico evangelho (Gl 1.8).
O que deve ser observado, entretanto, são os sintomas apresentados por inúmeros neopentecostais, ou seja, comportam-se como adeptos de seitas. Não querem raciocinar pela Bíblia, mas aceitam somente o que seus líderes afirmam. Não aceitam críticas lançadas sobre sua liderança e, quase sempre, não lêem material que faça uma critica teológica sobre sua igreja.
É certo que Cristo salva independente da denominação cristã a que pertençamos, mas tenho certeza que suas lideranças, em grande número, são lobos devoradores vestidos de ovelhas, os quais não serão poupados do juízo do Deus vivo (Mt 7.15,18; At 20. 29,30; 2 Tm 4.3; 2 Pd 2.1-3,13-15,17-19; 2 Pd 3.16,17). Conheci uma colega universitária que pertencia a uma igreja neopentecostal, a qual certa vez me contou que por algum tempo viveu maritalmente com um obreiro desse movimento. E que, mesmo nessa condição pecaminosa, aquele obreiro exercia várias funções na referida igreja, inclusive pregava a Palavra. Mas o que mais me impressionou foi o que ela contou sobre seu relacionamento com aquele homem. Apanhou diversas vezes do obreiro e, somente depois de certo tempo veio a abandonar o relacionamento.
Mas o que mais me deixou transtornado foi ouvir aquela jovem relatar que continua na mesma igreja em que tudo isso aconteceu. Só o obreiro que a espancava mudou-se para outro campo, embora tenha permanecido na mesma denominação. Observe: nem mesmo um ato tão vexatório como aquele foi o bastante para aquela jovem abandonar tal movimento neopentecostal. Verdadeiramente as pessoas que ali se encontram não conseguem diferenciar a verdade da mentira, pois estão como que hipnotizadas.
A Bíblia diz que são muitos os enganadores que viajam pelo mundo (2 Jo 7-8) e também a Palavra recomenda que tenhamos cuidado com os falsos profetas (Mt 7.15). O mundo evangélico americano contemporâneo foi dividido quando um homem chamado Kenneth E. Hagin se projetou na mídia cristã. Hagin plagiou os ensinos de um pastor apóstata chamado E. W. Kenyon, que se envolveu com as seitas metafísicas. Ele chegou a declarar: “A única coisa que falta à Ciência Cristã é o sangue de Cristo”. (www.posword.org/articles/kenyon/index.shtml).
Foram centenas de falsos ensinos e declarações que ofendem a ortodoxia bíblica, um ministério que trouxe somente prejuízos para toda a Igreja Cristã. Sua vida se encerrou no ano de 2003, deixando um rastro de heresias que infectaram quase toda a religião cristã contemporânea. Ele foi um dos principais mentores que produziram ensinamentos nas décadas de 60 e 70, os quais foram responsáveis pelo surgimento novas correntes doutrinárias, como a Teologia da Prosperidade e os ensinos da metafísica, o que fez com que a maioria das Igrejas Cristãs da América do Norte fosse envenenada pelas heresias da confissão positiva.
Em pouco tempo, essa heresia destruidora varreria o Brasil de Norte a Sul e traria prejuízos incalculáveis e irreversíveis á igreja de Cristo. Sabe-se que ninguém contribuiu mais para que essas ideias fossem veiculadas no Brasil do que o missionário R.R. Soares com a Editora Graça Editorial, responsável por divulgar os ensinos de Kenneth Hagin.
Dentre os mais variados ensinos estão os chamados “chavões” inventados pelos mestres da fé, dentre eles: “eu ordeno, eu determino, eu reivindico, eu amarro, eu comando, profetizo isto ou aquilo, profetize para si mesmo etc”.
Existem hoje milhares de seguidores de Kenneth Hagin em todo o globo, como também inúmeros pesquisadores cristãos que desmascararam seus falaciosos ensinos apresentando-os como os de um falso profeta, com provas irrefutáveis. O pastor Ricardo Gondim diz, com muita propriedade, como os livros de Kenneth Hagin fizeram sucesso no Brasil: “Embora outros “grandes” evangelistas dessa linha teológica não tenham logrado êxito no Brasil, Kenneth Hagin de repente tornou-se um dos maiores best sellers. Com livros extremamente simples, ele conseguiu influenciar os rumos da igreja no Brasil mais que qualquer outro líder religioso nos últimos tempos.”
Precisamos, como líderes, dizer às nossas igrejas que o mal está à porta (Jd 3) .
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