domingo, 4 de outubro de 2009

Sobre cristãos neopentecostais

“Controvérsia por amor à controvérsia é pecado. Controvérsia por amor à verdade é um mandamento bíblico.” (Walter Martin)

    Quando converso com um cristão neopentecostal, os sintomas apresentados são os mesmos de um adepto de seita. Os sintomas e atitudes são idênticos aos sectaristas, sua mente não consegue raciocinar diferente de sua igreja. Um erro que os cristãos contemporâneos fazem, e principalmente os neopentecostais é pensar como sua denominação e não como a Bíblia, trazendo prejuízos para eles mesmos. Passam por uma espécie de lavagem cerebral involuntária e imperceptível aqueles que se envolvem com estes movimentos, que podem ser considerados igrejas de Laodicéia (Ap 3.17).



    Um cristão neopentecostal dificilmente pensará diferente de sua liderança sobre questões bíblicas, mesmo que seus líderes se posicionem a favor do aborto, por exemplo. A falta de discernimento é uma realidade entre os neopentecostais, da mesma forma que uma Testemunha de Jeová, por exemplo, não questionará em hipótese alguma as ordens do Corpo Governante. Assim é o cristão neopentecostal. Ele jamais questionará sua liderança, mesmo que seus ensinamentos comprometam a integridade das Escrituras.

    Lembro-me de quando o senhor Estevam Hernandes foi preso nos EUA por tentar entrar no país com dólares escondidos na Bíblia Sagrada. Mesmo depois de alguns meses, havia reportagens na TV e em revistas onde os membros da Igreja Apostólica Renascer afirmavam que era o diabo querendo se levantar contra a igreja neopentecostal Renascer. Os discípulos de Estevam Hernandes acusavam o diabo (e não o líder daquela igreja) por querer burlar o governo dos EUA, mostrando assim que a lavagem cerebral não atinge somente os adeptos de seitas, mas também cristãos neopentecostais, e, dependendo da situação, até mesmo cristãos evangélicos de outras correntes.

   Se, por exemplo, eu apresentar um folheto a uma Testemunha de Jeová, e neste folheto conter explicações sobre a Sociedade Torre de Vigia, mostrando suas falácias, ele não poderá ler tal literatura, pois são aconselhados por seus líderes de que se trata de material “apóstata”. Na verdade, são instruídos a não lerem qualquer material religioso, ou secular que discorde do Corpo Governante, ou seja, de sua liderança.

   Não estou afirmando, necessariamente, que um grande número de cristãos neopentecostais não seja de fato cristão de verdade; afinal sua fé é depositada em Cristo para sua salvação. Acredito na salvação de um cristão neopentecostal, mas tenho certeza que muitos que estão em igrejas neopentecostais não estão verdadeiramente com seus corações voltados para Cristo e, sim, no retorno financeiro e material que poderão ter do Deus bíblico, logicamente crendo neste gnóstico evangelho (Gl 1.8).

   O que deve ser observado, entretanto, são os sintomas apresentados por inúmeros neopentecostais, ou seja, comportam-se como adeptos de seitas. Não querem raciocinar pela Bíblia, mas aceitam somente o que seus líderes afirmam. Não aceitam críticas lançadas sobre sua liderança e, quase sempre, não lêem material que faça uma critica teológica sobre sua igreja.

   É certo que Cristo salva independente da denominação cristã a que pertençamos, mas tenho certeza que suas lideranças, em grande número, são lobos devoradores vestidos de ovelhas, os quais não serão poupados do juízo do Deus vivo (Mt 7.15,18; At 20. 29,30; 2 Tm 4.3; 2 Pd 2.1-3,13-15,17-19; 2 Pd 3.16,17). Conheci uma colega universitária que pertencia a uma igreja neopentecostal, a qual certa vez me contou que por algum tempo viveu maritalmente com um obreiro desse movimento. E que, mesmo nessa condição pecaminosa, aquele obreiro exercia várias funções na referida igreja, inclusive pregava a Palavra. Mas o que mais me impressionou foi o que ela contou sobre seu relacionamento com aquele homem. Apanhou diversas vezes do obreiro e, somente depois de certo tempo veio a abandonar o relacionamento.

   Mas o que mais me deixou transtornado foi ouvir aquela jovem relatar que continua na mesma igreja em que tudo isso aconteceu. Só o obreiro que a espancava mudou-se para outro campo, embora tenha permanecido na mesma denominação. Observe: nem mesmo um ato tão vexatório como aquele foi o bastante para aquela jovem abandonar tal movimento neopentecostal. Verdadeiramente as pessoas que ali se encontram não conseguem diferenciar a verdade da mentira, pois estão como que hipnotizadas.

   A Bíblia diz que são muitos os enganadores que viajam pelo mundo (2 Jo 7-8) e também a Palavra recomenda que tenhamos cuidado com os falsos profetas (Mt 7.15). O mundo evangélico americano contemporâneo foi dividido quando um homem chamado Kenneth E. Hagin se projetou na mídia cristã. Hagin plagiou os ensinos de um pastor apóstata chamado E. W. Kenyon, que se envolveu com as seitas metafísicas. Ele chegou a declarar: “A única coisa que falta à Ciência Cristã é o sangue de Cristo”. (www.posword.org/articles/kenyon/index.shtml).

   Foram centenas de falsos ensinos e declarações que ofendem a ortodoxia bíblica, um ministério que trouxe somente prejuízos para toda a Igreja Cristã. Sua vida se encerrou no ano de 2003, deixando um rastro de heresias que infectaram quase toda a religião cristã contemporânea. Ele foi um dos principais mentores que produziram ensinamentos nas décadas de 60 e 70, os quais foram responsáveis pelo surgimento novas correntes doutrinárias, como a Teologia da Prosperidade e os ensinos da metafísica, o que fez com que a maioria das Igrejas Cristãs da América do Norte fosse envenenada pelas heresias da confissão positiva.

   Em pouco tempo, essa heresia destruidora varreria o Brasil de Norte a Sul e traria prejuízos incalculáveis e irreversíveis á igreja de Cristo. Sabe-se que ninguém contribuiu mais para que essas ideias fossem veiculadas no Brasil do que o missionário R.R. Soares com a Editora Graça Editorial, responsável por divulgar os ensinos de Kenneth Hagin.

   Dentre os mais variados ensinos estão os chamados “chavões” inventados pelos mestres da fé, dentre eles: “eu ordeno, eu determino, eu reivindico, eu amarro, eu comando, profetizo isto ou aquilo, profetize para si mesmo etc”.

   Existem hoje milhares de seguidores de Kenneth Hagin em todo o globo, como também inúmeros pesquisadores cristãos que desmascararam seus falaciosos ensinos apresentando-os como os de um falso profeta, com provas irrefutáveis. O pastor Ricardo Gondim diz, com muita propriedade, como os livros de Kenneth Hagin fizeram sucesso no Brasil: “Embora outros “grandes” evangelistas dessa linha teológica não tenham logrado êxito no Brasil, Kenneth Hagin de repente tornou-se um dos maiores best sellers. Com livros extremamente simples, ele conseguiu influenciar os rumos da igreja no Brasil mais que qualquer outro líder religioso nos últimos tempos.”

   Precisamos, como líderes, dizer às nossas igrejas que o mal está à porta (Jd 3) .

Um comentário:

  1. Que artigo esclarecedor! Não podemos ficar omissos diante dos desmandos de alguns líderes, que em busca de inovação, estão dispostos a abusar das mentes incautas para despejar suas heresias. Nada contras as coisas novas, a mudança faz parte do processo de transformação do homem. Mas quando se trata da Palavra de Deus, seus princípios eternos, não podemos transigir. Deste modo, controvérsias como essas, são necessárias e têm o objetivo de esclarecer a verdade. Aquele que se dá por avisado salvará a sua alma. Importa obedecer a Deus e não homens ávidos por poder.

    JMB

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